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Iphan investiga comercialização de peças icônicas do museu, consideradas por especialistas parte essencial do conjunto tombado
Os famosos cavaletes de cristal idealizados por Lina Bo Bardi, símbolo máximo do projeto curatorial do Museu de Arte de São Paulo (Masp), estão no centro de uma polêmica.
Nos últimos três anos, o museu vem vendendo essas peças originais, criadas nos anos 1960, como forma de levantar recursos durante a pandemia. No entanto, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que tombou o Masp e seu mobiliário, afirma que a venda pode ser ilegal e abriu um processo para apurar o caso.
De acordo com o Masp, cerca de 91 cavaletes estavam armazenados no depósito da instituição, a maioria já sem o vidro original. Vinte deles foram colocados à venda por R$ 75 mil cada, e cinco ainda estão disponíveis na loja oficial do museu. Uma dessas peças chegou a ser vendida por cerca de US$ 60 mil durante a Art Basel Miami Beach, nos Estados Unidos, em 2022.
Segundo o Masp, o tombamento se refere ao "conceito" do sistema expositivo criado por Lina Bo Bardi, não a cada cavalete em si. Réplicas modernizadas, encomendadas pelo museu à firma Metro Arquitetos, hoje ocupam o lugar dos originais na pinacoteca.
O Iphan, por outro lado, considera que o tombamento abrange o conjunto físico e afirma que "as peças individualmente não podem ser comercializadas".
O órgão, no entanto, itiu que a exportação do cavalete vendido nos EUA foi autorizada automaticamente por erro no sistema, já que o solicitante não especificou que se tratava de uma peça tombada. O documento foi liberado sem análise aprofundada por parte dos técnicos.
A decisão de vender os cavaletes foi embasada por parecer jurídico do atual vice-presidente do Masp, Fábio Ulhôa Coelho, e chancelada por membros da presidência e vice-presidência da época. A instituição afirma que não possui diretor jurídico, mas conta com uma equipe especializada de consultores que acompanha decisões legais.
Segundo a 'Folha de São Paulo', o diretor de comunicação do Masp, Paulo Vicelli, reforça que os cavaletes à venda não eram mais funcionais e estavam fora de uso, quebrando com facilidade e incompatíveis com os padrões museológicos atuais.
Para o galerista Thiago Gomide, responsável pela venda internacional, o debate é exagerado. "Os cavaletes estavam destinados ao lixo. Quando se tomba uma casa, os canos velhos também ficam protegidos?", questiona.
Ele argumenta ainda que não é necessário declarar que uma peça é original ao solicitar sua exportação, pois a ausência de menção à réplica indicaria, por si só, sua autenticidade.
A controvérsia lança luz sobre a fragilidade dos limites entre preservação do patrimônio e a necessidade de renovação institucional. Enquanto o Iphan defende a integridade histórica do acervo, o Masp alega estar garantindo a permanência do legado de Lina Bo Bardi por meio de réplicas fiéis ao conceito original.