Descoberto recentemente, naufrágio do Koning Willem de Tweede vitimou 16 pessoas e revela mais sobre história da imigração na região
Publicado em 13/05/2025, às 09h07
Recentemente, pesquisadores australianos descobriram a provável localização do famoso navio holandêsKoning William de Tweede, que naufragou na costa da região em junho de 1857. Registros históricos atestam que a grande embarcação afundou apenas alguns dias após desembarcar 400 imigrantes chineses em Robe, no sul da Austrália.
Mark Polzer, porta-voz do Departamento de Meio Ambiente e Água da Austrália do Sul (DEW), explica à ABC News que o naufrágio é uma peça importante da história australiana, por ajudar a contar mais sobre a migração chinesa ao país em meio à corrida do ouro da era vitoriana.
Vimos muitos imigrantes chineses chegando a Robe, desembarcando lá e depois caminhando até Goldfields para contornar o imposto cobrado sobre imigrantes que chegam a Victoria", conta Polzer.
Até hoje, não se sabe exatamente o que provocou o naufrágio, mas conforme destaca a ABC News, relatos da época descrevem que o episódio foi trágico: na ocasião, o navio carregava apenas 25 tripulantes, dos quais 16 se afogaram.
Os responsáveis pelos esforços de identificação e estudo do naufrágio foram o Museu Marítimo Australiano, em parceria com a Fundação Silentworld, do Departamento de Meio Ambiente e Água da Austrália do Sul (DEW) e da Universidade Flinders, conforme repercute a Revista Galileu.
Vale mencionar que as buscas começaram ainda antes da pandemia de Covid-19 e, desde então, contou com uma revisão de registros históricos e de relatos de testemunhas, além do emprego de magnetômetros marinhos para detectar as concentrações de ferro no fundo do mar.
Os pesquisadores já acreditavam tê-lo encontrado em 2022, ao identificarem partes de seu molinete. Porém, a confirmação só foi possível recentemente, em março de 2025, após novos mergulhos na região.
"Para chegarmos à conclusão sobre a compatibilidade do navio, observamos fatores como a sua profundidade e seu calado [a distância entre o ponto mais baixo da embarcação e a linha superficial da água]", relatou James Hunter, um dos investigadores do projeto, à ABC News. "A anomalia magnética que temos tem aproximadamente o mesmo comprimento da nave".
A equipe de buscas relatou ainda que o maior desafio encontrado na região para explorar o naufrágio é a baixa visibilidade daquelas águas. Porém, embora o interior do navio ainda tenha sido pouco explorado, estima-se que ele esteja em boas condições, e carregando diversos itens que podem ajudar a contar mais detalhes sobre o estilo de vida das antigas comunidades que por ali aram.
"Se pudéssemos expor mais dos destroços, registrá-los e recuperar coisas, isso acrescentaria outra camada à história da herança de Robe", comenta Polzer, por fim, ao que acrescenta que é exatamente isso que os pesquisadores planejam fazer no futuro.
