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Notícias / Arqueologia

Humanos pré-históricos não aprenderam a controlar fogo para cozinhar, sugere estudo

Novo estudo sugere que os primeiros humanos a controlar fogo não o fizeram para cozinhar, mas com outra finalidade prática; entenda!

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 11/06/2025, às 11h52

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Ilustração representando homem pré-histórico usando ferramentas - Getty Images
Ilustração representando homem pré-histórico usando ferramentas - Getty Images

Certamente, uma capacidade que distanciou muito os humanos dos outros animais foi o controle do fogo. Uma das ferramentas mais antigas da humanidade, o fogo foi crucial como fonte de calor e para cozinhar alimentos — porém, como foi o início do domínio do fogo, e o porquê de isso ter acontecido, até hoje é uma incógnita.

Mas um novo estudo, publicado na Frontiers, propõe que os humanos não aprenderam a controlar o fogo para cozinhar, como muitos pensam, mas sim com outra finalidade prática: preservar carne de grandes animais por longos períodos.

Miki Ben-Dor e Ran Barkai, os arqueólogos e autores do estudo, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, atestam que os humanos pré-históricos usavam a fumaça do fogo para secar a carne, o que prolongava sua vida útil, além de proteger o alimento de necrófagos e outros predadores em potencial.

"O processo de coletar combustível, acender uma fogueira e mantê-la acesa ao longo do tempo exigia um esforço significativo, e eles precisavam de um motivo convincente e energeticamente eficiente para isso", afirma Ben-Dor em comunicado. "Propusemos uma nova hipótese sobre esse motivo".

Para o estudo, a dupla de pesquisadores examinou nove sítios pré-históricos diferentes, incluindo seis na África, dois em Israel e um na Espanha. Em todos os sítios, foi constatado usos primitivos do fogo, datando de 1,8 milhão a até 800 mil anos atrás.

Embora nos sítios fossem encontrados restos mortais de grandes animais de caça, como hipopótamos, rinocerontes e elefantes, não havia qualquer evidência de ossos que teriam sido queimados, enquanto a carne seria cozida.

"Para os primeiros humanos, o uso do fogo não era algo garantido, e na maioria dos sítios arqueológicos datados de antes de 400.000 anos atrás, não há evidências do uso do fogo", comenta Ben-Dor. "No entanto, em vários sítios arqueológicos antigos, há sinais claros de que o fogo era usado, mas sem ossos queimados ou evidências de carne assada".

Mais uma vez, isso sugere que o fogo não era usado para cozinhar ou assar carne para consumo imediato, mas sim para defumar a carne para preservação futura. Barkai explica que, por mais que o fogo tenha servido inicialmente apenas para preservação, ele acabou sendo utilizado, posteriormente, também para cozinhar, quando os humanos descobriram que podiam usar o fogo "com custo energético marginal zero".

Animais menores

Ben-Dor ainda acrescenta que a capacidade de preservar a carne de animais de grande porte pode ter sido crucial para a sobrevivência dos primeiros humanos: "Por meio de estudos anteriores, sabemos que esses animais foram extremamente importantes para a dieta dos primeiros humanos e forneciam a maior parte das calorias necessárias. A carne e a gordura de um único elefante, por exemplo, contêm milhões de calorias, o suficiente para alimentar um grupo de 20 a 30 pessoas por um mês ou mais".

Logo, era muito mais vantajoso que grupos humanos dependesse de quantidades maiores de carne, que pudessem conservar com fumaça, em vez de sair para caçar animais menores com mais frequência. Porém, com a eventual diminuição das populações de animais de grande porte, a necessidade de mudar da caça deles para a caça de animais menores foi provavelmente um ponto de virada para o uso do fogo.

A teoria que o novo estudo propõe apresenta uma nova perspectiva sobre o uso pré-histórico do fogo, bem como ele se encaixa no cenário maior de humanos ajustando seus padrões alimentares para compensar a disponibilidade cada vez menor de animais de grande porte, repercute o All That's Interesting.

"A abordagem que propomos se encaixa bem em uma teoria global que temos desenvolvido nos últimos anos, que explica os principais fenômenos pré-históricos como adaptações à caça e ao consumo de animais grandes, seguidas por seu desaparecimento gradual e a necessidade resultante de obter energia adequada da exploração de animais menores", disse Barkai.