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Estudo sugere que varíola pode ter originado de esquilos, e não dos macacos

Novo estudo preliminar sugere que a origem da varíola pode ser associada a esquilos, em vez de macacos, como se pensava; entenda!

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 19/04/2025, às 13h42

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Esquilo-de-patas-de-fogo - Foto por Oddfeel via Wikimedia Commons
Esquilo-de-patas-de-fogo - Foto por Oddfeel via Wikimedia Commons

Entre janeiro e abril de 2023, pesquisadores registraram um surto de varíola em macacos mangabey da Costa do Marfim que infectou mais de 20 animais, matando quatro deles. A contaminação foi de mpox, a varíola dos macacos, uma variante viral potencialmente mortal, semelhante às da varíola comum e varíola bovina. Mas um estudo recente sugere que a doença pode não ter se originado nos macacos, como se pensa há décadas; e sim de esquilos.

Desde 2001, pesquisadores do Instituto Helmholtz, na Alemanha, observam essa população de macacos que habita o Parque Nacional de Taï, na Costa do Marfim. Quando os macacos começaram a adoecer em 2023, eles tiveram uma oportunidade única de identificar a fonte animal do surto, comparando imagens e dados biológicos com amostras de vírus coletadas em outras espécies da região.

Segundo o estudo, publicado como pré-impressão na Nature Portfolio deste mês, foi possível identificar uma correspondência genética exata entre o vírus encontrado nos macacos e em outro animal, que provavelmente foi o pioneiro da doença: o esquilo-de-patas-de-fogo, um roedor comum na África Centro-Ocidental.

É inacreditável como as coisas se encaixam bem", afirma o veterinário de vida selvagem do Instituto Helmholtz e pesquisador principal do estudo, Fabian Leendertz, à Nature.
Esquilo-de-patas-de-fogo / Crédito: Foto por Oddfeel via Wikimedia Commons

Hospedeiros reservatórios

Para o estudo, os pesquisadores examinaram centenas de carcaças de roedores e musaranhos em busca de infecções por mpox; o que encontraram em apenas uma carcaça de esquilo-de-patas-de-fogo, que morreu menos de três meses antes do início do surto.

E a partir de imagens de vídeo, eles viram os macacos se alimentando de roedores desta espécie. Além disso, amostras fecais da mãe do primeiro filhote contaminado, a primeira a conter o DNA do vírus — embora tenha sido assintomática —, confirmaram que ela havia comido um destes esquilos, de forma que ela pode ter sido a primeira do grupo a contrair o vírus e, com isso, espalhar para os demais.

A exposição a esses esquilos provavelmente também é responsável por alguns surtos de mpox em humanos", afirma o biólogo Yap Boum, dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças da África, que não estava envolvido no estudo, à Science.

Por isso, os pesquisadores acreditam que o esquilo pode ter sido um hospedeiro reservatório para o vírus. Conforme descreve a Smithsonian Magazine, hospedeiros reservatórios são organismos em que um patógeno, como um vírus, pode viver e se reproduzir, mesmo que não adoeça seu hospedeiro — morcegos, por exemplo, são hospedeiros reservatórios de doenças como ebola, raiva e coronavírus.

Porém, o papel dos esquilos na transmissão da mpox ainda não é completamente compreendido. À Nature, a ecologista de doenças do Centro Pasteur de Camarões, Délia Doreen Djuicy, afirma que os esquilos podem ser hospedeiros reservatórios ou apenas mais uma espécie suscetível à infecção na cadeia. Até o momento, ainda não há evidências que demonstrem que os esquilos-de-patas-de-fogo possam transportar e disseminar o vírus sem adoecer.

Ainda assim, Leandre Murhula Masirika, que descobriu uma nova cepa de mpox no ano ado, disse ao Telegraph que os esquilos-de-patas-de-fogo são "a espécie mais provável de ser o reservatório da doença". "Os esquilos-de-patas-de-fogo que testei sempre apresentaram anticorpos para mpox", afirma. "Historicamente, quase todos os surtos de mpox de clado 1 na África ocorreram em áreas onde as pessoas costumam comer esquilos-de-patas-de-fogo".