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Arquivo inédito revela plano de retorno de Josef Mengele à Alemanha em 1959

Josef Mengele, criminoso nazista conhecido como "Anjo da Morte", pretendia viajar da Argentina para a Alemanha Ocidental usando seu nome verdadeiro

Luiza Lopes, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 14/05/2025, às 12h38

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Josef Mengele - Wikimedia Commons via Domínio Público
Josef Mengele - Wikimedia Commons via Domínio Público

Josef Mengele, conhecido como o “anjo da morte” de Auschwitz, foi um dos mais notórios criminosos nazistas. Médico e oficial da SS, ganhou fama por comandar seleções de prisioneiros no campo de concentração e realizar experimentos pseudocientíficos em seres humanos, motivado pelos ideais eugênicos do Terceiro Reich.

Após o fim da Segunda Guerra, fugiu para a América do Sul, escapando de qualquer responsabilização judicial pelos crimes cometidos. Agora, novos documentos revelados pela emissora pública alemã MDR mostram que, em fevereiro de 1959, Mengele pretendia viajar da Argentina para a Alemanha Ocidental usando seu nome verdadeiro.

A informação consta em um fichário inédito da polícia argentina, até então desconhecido, encontrado recentemente na casa de um colecionador anônimo. Segundo os registros, Mengele solicitou permissão para a viagem alegando querer visitar seu pai, que estava doente na época. 

"Isso tem um significado histórico, um significado muito alto. Saber esses detalhes sobre o que aconteceu com ele depois de 1945 é muito interessante. É algo que ainda não tinha sido investigado com tantos detalhes", disse o historiador alemão Bogdan Musial à emissora MDR. 

Embora não haja cópias oficiais dos documentos nos arquivos de Buenos Aires, a MDR identificou trechos idênticos em outros registros, o que reforça a autenticidade do material. O colecionador afirmou que os papéis pertencem ao acervo original da Polícia Federal Argentina e contêm fatos e datas exatas.

Fuga para América

O fichário também revela que a polícia argentina já sabia, em janeiro de 1960, que o médico havia fugido para o Paraguai. Naquele mesmo ano, o Mossad (serviço secreto israelense) capturou Adolf Eichmann em Buenos Aires, enquanto Mengele seguia foragido.

Durante esse período, ele teria recebido uma denúncia de que estava sendo procurado. Ainda assim, contava com o apoio de uma rede de ex-nazistas e viveu sob relativa proteção. No Paraguai, recebeu cidadania sob o regime do ditador Alfredo Stroessner, que não oferecia resistência à presença de criminosos nazistas.

A documentação também mostra que, em 1963, a polícia brasileira solicitou informações detalhadas sobre Mengele às autoridades argentinas, como impressões digitais e fotografias, informou a emissora. A suspeita era concreta: o médico nazista já havia se estabelecido no Brasil, onde viveria por mais 18 anos com identidade falsa, protegido por simpatizantes e mantendo uma rotina discreta.

Ele morreu de um derrame em 1979, enquanto nadava em Bertioga, no litoral de São Paulo. Seu túmulo só foi identificado anos depois, em 1985. A redescoberta dos documentos argentinos reacende o debate sobre a responsabilidade compartilhada de Argentina, Brasil e Alemanha no fracasso em capturar e julgar um dos maiores criminosos do nazismo.

Segundo Musial, a falta de empenho da Alemanha Ocidental também ficou evidente: “No caso de Mengele, a verdade é que não havia vontade de persegui-lo. O objetivo era simplesmente não fazer nada”, repercute a DW.